Logan: a despedida
- giuliaghigonetto
- 22 de mar. de 2017
- 3 min de leitura
Esse é um trabalho para a faculdade que gostamos tanto do produto final que resolvi publicar aqui, dando os devidos créditos ao meu amigo João Arantes, que entusiasmadamente foi minha dupla neste trabalho.

Com direção de James Mangold (mesmo diretor de Wolverine: Immortal) e roteiro Michael Green, Scott Frank e do próprio Mangold, o filme Logan marca a despedida de Hugh Jackman e Patrick Stewart nos papeis de Wolverine e Prof. Charles Xavier, respectivamente. Vemos ambos os personagens no futuro, 2029 para sermos exatos, num mundo em que há 25 anos não nasce nenhum mutante e no qual um Logan cansado cuida de um debilitado Prof. X, escondido na fronteira mexicana. Mas as tentativas de “sumirem do mundo” acabam quando uma jovem (Dafne Keen) com habilidades parecidas com a de Wolverine chega, trazendo com ela uma sombria aventura.
Apesar de Hugh Jackman evoluir como ator nos últimos 17 anos, o personagem se manteve basicamente o mesmo durante os oito primeiros filmes, seguindo a persona dos quadrinhos da Marvel. Entretanto, em Logan, devido a eventos que precedem o próprio filme, Wolverine se vê cuidando de Charles Xavier, sua figura paterna, ou seja, o homem que tem dificuldades em se conectar com alguém é obrigado a viver em relação ao seu mentor, mas ao mesmo tempo, se afasta de todo o resto por medidas de segurança, uma vez que o Alzheimer do professor pode afetar a todos no momento em que ele tem uma convulsão.
Podemos ver uma relação deste filme com O Lutador, de Darren Aronofsky. Em ambos os longas a história gira em torno de personagens em decadência. Randy 'Carneiro' Robinson, vivido por Mickey Rourke, é um homem que sofre com problemas no coração, limitando sua performance como lutador de wrestler. Sem o fator de cura e se envenenando com o adamantium em seu próprio corpo, vemos um Logan mais fragilizado e mais velho, bem interpretado por Jackman que retrata as dificuldades físicas do personagem.
O grande destaque foi a novata Dafne Keen, de apenas 12 anos. Apesar de passar metade do filme sem falar nada, suas ações nos mostram uma menina “jagunça” e tão parecida com Wolverine, que chega até assustar Logan. A x-23/Laura (nome do personagem) apareceu pela primeira vez no desenho animado dos X-men e fez tanto sucesso que foi parar nas HQs. Assim como no filme, sua origem nos quadrinhos também é através de um experimento científico.
A publicidade do filme se baseou no fato de ser “o último filme de Hugh Jackman na franquia” e com a tendência dos super-heróis, foi muito comentado nas redes sociais, sendo elas os principais veículos de divulgação. Se aproveitam também, da popularidade do ator principal. Segundo a empresa RelishMix (via o site Deadline), o ator australiano possui uma base de aproximadamente 41 milhões de fãs somando-se os números no Instagram, no Twitter e no Facebook. Ele se aproveitou disso divulgando materiais de Logan, como fotos e vídeos de bastidores e novidades de sua turnê mundial. O trailer de Logan, por exemplo, teve milhões de visualizações em suas redes e sua última postagem no Facebook, um vídeo em que aparece dublando uma cena em que o Wolverine corre e massacra seus oponentes, já soma 455 mil reações, 115.510 compartilhamentos e 7 milhões de visualizações em apenas 2 horas.
Seguindo o princípio estabelecido pela equipe de divulgação do filme, no qual a conta do Instagram do longa só posta fotos em preto e branco, o diretor pretende lançar uma versão de Logan também em preto e branco, o que mostra mais uma vez o quanto os filmes noir influenciaram na cinematografia. Em entrevista para o site ComicBook, Mangold afirma ter se inspirado no expressionismo alemão, mas nós, sinceramente, não conseguimos identificar tantas semelhanças com o período artístico. “Esses filmes do começo do século na Alemanha que tiveram muita influência nos quadrinhos. Tudo nos blockbusters hoje em dia é filmado em close-up e eu não gosto disso, porque pede um milhão de cortes para o espectador acompanhar tudo o que está acontecendo. Estamos tentando criar composições mais interessantes nesse filme”, comentou.
Acreditamos que este longa pode ser um marco para os futuros filmes de super-herói, principalmente para a Marvel. Uma das características das produções da empresa de HQs é a comédia (que eu, Giulia, particularmente adoro), mas em Logan não a vemos muito, dando um espaço ao clima mais sombrio, podendo até ser comparado com o Cavaleiro das Trevas (2008), da DC Comics. Eles só se diferem pelo fato de que o segundo é mais voltado para a sua história elaborada, enquanto o primeiro tem um enredo simples, focando mais nos próprios personagens.
O mais importante é que este é um bom filme para a despedida do ator, já que é sobre o homem e não sobre o mutante.
P.s. O João não chorou, mas eu chorei hahaha
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