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"Nerve" questiona nossa relação com o mundo virtual

  • giuliaghigonetto
  • 28 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

Baseado no livro homônimo de Jeanne Ryan, dirigido por Henry Joost e Ariel Schulman, o filme "Nerve - Um Jogo Sem Regras" estreiou na última quinta-feira nos cinemas. A trama gira em volta de dois personagens vividos por Emma Roberts e Dave Franco que se conhecem por conta de um jogo online, no qual ou você paga para ser um observador ou um jogador e ganhando recompensas financeiras e seguidores após cumprir desafios, tais como beijar um estranho, experimentar um vestido caro ou deitar nos trilhos do trem. Mas existem regras: é preciso filmar tudo pelo celular e se desistir, perde todo o dinheiro que já havia arrecadado, sem contar que quem tenta denunciar o jogo para a polícia é punido pela comunidade de usuários, se tornando prisoneiro do game .

Se sentindo intimidada por sua melhor amiga, Vee (Roberts) se cadastra como jogadora. Ao clicar no link que a conduz pelo jogo, o espectador pode ver informações da personagem sendo captadas pelo game, literalmente por trás da tela do computador, como seu livro favorito, identidade de seus amigos até seus dados bancários. Esse é um dos aspectos mais interessantes do filme, já que diversos momentos temos a visão de dentro dos aparelhos eletrônicos.

Outro elemento que chama a atenção nas cenas é a constante presença de luzes neon e fosforescentes, lembrando um pouco a fotografia do filme Tron (que se passa dentro de um video game, por sinal).

Em tempos de Snapchats, Facebook Live e teorias conspiratórias sobre o Pokemon Go, é impossível não ficar pensando sobre nosso comportamento na internet, uma realidade em que somos mais corajosos e julgadores e todas as informações são coletadas sobre nós através de sites, aplicativos e sotfwares baixados nos computadores e smartphones. Ao mesmo tempo, deveremos nos questionar sobre a necessidade da sociedade de se expor no mundo virtual.

Assim como alguns se tornam prisoneiros dentro do Nerve, somos prisoneiros da internet. Deixamos rastros virtuais e nos tornamos dependentes dessa esfera. E não conhecemos seus limites.

Achei curioso ter contato com esse filme, pois, há alguns dias tive a oportunidade de visitar o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE): "Venha passar do limite", se via escrito na entrada da exposição. Lá, arte contemporânea se misturava com tecnologia, através do design, video games, instalações, arte sonora, videoarte e animações, extrapolando os limites das mídias, da imaginação e dos sentidos.

Depois de assistir Nerve, percebi, mais do que nunca, o quão tênue é a barreira entre a vida real e virtual atualmente. O FILE propunha passar do limite, mas o que o filme de Joost e Schulman nos mostrou é que, talvez, já tenhamos passado há muito tempo.

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